quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A primeira corrida e fotos da segunda

Huh? Como?

Eu explico. A primeira vez que corri por cá fui acompanhada. Dois novos amigos fizeram-me esticar e corri mais rápido: km mais rápido e distância mais rápida. Temperatura agradável, paisagem lindíssima ao cair da noite. Muito bom, 7 estrelas.

Da segunda vez que corri, fui sozinha à descoberta. Desengane-se quem acha que Londres é só caminho plano. Subi e desci, feliz. A temperatura manteve-se agradável e a paisagem é como se segue:

Foto tirada da janela do meu quarto



Yeap, It's runnable.


Maçazinhas no caminho. Não comestíveis mas lindas de se ver.


É muito bom percorrer um novo caminho, conhecer mais um percurso. Este é ligeiramente desafiante com trail, estrada e alguma altimetria. O verde é uma companhia constante. É bom estar viva e nunca me sinto tão viva como quando corro.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Primeiro post em terras de Sua Majestade

A viagem correu bem. Levantei-me com as galinhas (às 3h30) e só me deitei lá pelas 23h00. Foi um dia e meio para mim.Foi um dia em cheio também.

As primeiras impressões foram estranhas. Na rua, nas lojas só me saíam palavras portuguesas pela boca, isto logo ao início. Com licença, obrigada, Boa tarde, etc. É normal, segundo o que me dizem...

Com 2 dias e meio úteis no Reino Unido, sinto-me um pouco atrapalhada, baralhada. Com 4 dias e meio efectivos, sinto que deveria estar a fazer mais mas os factos dizem-me que: Já tenho conta bancária, número de telefone, morada, marcação para o National Inssurance Number e já enviei algumas candidaturas. Para várias áreas, é esse o mantra: encontra emprego, numa área semelhante de preferência, a Psicologia vem depois.

Tenho tido muito apoio, muito carinho das pessoas com quem estou a viver. 

As fotos ficam para depois, ainda espero uma encomenda de terras lusas para poder ligar o telemóvel ao pc. Já tirei algumas, especialmente às diferenças de paisagem. O Instagram já tem algumas fotos.

Agora, back to applying for work.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A depressão


A depressão.
A certeza de que nada faz sentido. 
O arrastar dos dias, meses, anos, sim anos. O arrastar de uma vida.
A desumanização. 
Viver sem existir e existir sem viver.

A luz. A relação. A visão que se alarga e abrange novos olhares.
A vida retorna ao corpo, à mente e ao espírito.
Aos poucos as coisas voltam a ter côr, a ter graça. Um dia volta-se a ter vontade de rir.
Torna-se de novo bom viver.

Se conhecerem alguém que sofra de depressão não julguem, não discriminem. Deem-lhe a mão (se conseguirem, não é fácil) e encaminhem para um profissional da área Psicologia (para a Psiquiatria encaminhará o Psicólogo, se necessário). A depressão não é brincadeira, é algo muito sério, muito forte e pode matar.

A depressão é por vezes silenciosa, pela vergonha. 
A depressão mata antes de matar. Mata os sonhos, os desejos, as alegrias, as relações, a esperança.

Todos nós já nos sentimos tristes e sem motivação. Isso não é depressão. Depressão é muito mais do que isso sempre, todos os dias. Parece não ter fim. 

Se se sentirem deprimidos, procurem ajuda. A depressão tem cura e nada é melhor do que sair de uma depressão. É voltar à vida e voltar a sorrir. 

domingo, 21 de setembro de 2014

Porque corro?

Este pequeno filme ilustra na perfeição a minha razão para ter começado a correr.
Escolhas erradas.
Estar descentrada de mim própria.
Sentir-me perdida.



Sair para correr só porque sim. Olhar para as paisagens e escutar a floresta a rir, é o que faço nas minhas corridas.
No final encontro-me.

Abraço apertado


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Um amor de 19 anos

Há 19 anos atrás apaixonei-me. Inicialmente não previ que era paixão pois começou de forma natural e não planeada, no sentido «vamos lá ver no que isto dá». Penso que todas as relações marcantes começam assim, esta pelo menos começou.

Meses adentro ia sentindo o calor da sua companhia. Sempre presente. Sentia os efeitos da sua paixão e a atenção que me exigia constantemente. Não folgo dizer que durante  muito tempo não lhe dei o carinho merecido, a atenção que me pedia para que o nosso amor pudesse dar frutos desde logo. Mas a verdade é que o amor ia crescendo dentro de mim.

Ao 6.º ano deste amor finalmente"tombei amorosa". Aconteceu quando senti que se afastava pela minha falta de envolvimento sério (eu era uma garota, mas ainda assim...) Foi em 2004 que percebi e decidi agir para viver este amor em pleno. Assim o fiz nos dois anos que se seguiram vivi uma relação completa, arrebatadora, feliz em todos os momentos. Feliz nas pequenas e nas grandes coisas. Grata nos pormenores e nos pormaiores. Até ao fim de 2005 fomos companheiros, caminhamos de mão dada, evoluímos e crescemos.

Davas-me tudo menos estabilidade. Sabia que era só eu querer e estaríamos juntos para o resto da vida. Mas o que nunca me darias, por mais que eu tentasse e te pedisse (suplicasse até) era a certeza da solidez e a tranquilidade que todas as relações adultas precisam. Sim, o nosso amor foi feiticeiro e sedutor mas nunca trouxe Paz nem me permitiu o equilíbrio.

Em 2005 sofremos um abalo que quase terminou com a nossa relação. De fora apareceu algo que me prometia a tão desejada paz e estabilidade. Reflecti e decidi continuar contigo muito embora todos me dissessem para me libertar de ti. Senti (como senti!) essa decisão desde 2005 até agora. Arrependi-me amargamente e amaldiçoei o dia em que me enfeitiçaste com os teus encantos. Desejei mais do que tudo voltar a ter a oportunidade que tivera em 2005 para que, desta vez, pudesse fazer uma escolha diferente.

Agosto de 2014 chega e dá-me essa possibilidade. Encarei-a de frente e desta vez disse-lhe que sim, apesar de me sentir um pouco velha para embarcar num novo amor. Tontices, nunca somos demasiado velhos para amar. Fiz esta escolha com convicção.

É isso que quero. Quero Amar em vez de amar e sentir Paz em vez de paz. Por isso vou partir para outras paragens, vou-me afastar. Esta escolha vai dar-me a oportunidade de escolher a solidez e a profundidade da relação.

E a ti, meu amor de 19 anos resta-me desejar que mais à frente reapareças, se quiseres naturalmente. Vou continuar a lutar por ti mas amando-me a mim primeiro. Se vieres, estarei de braços abertos para te receber mas nunca mais te porei à frente de mim.

Meu amor, Psicologia. Meu Amor, eu própria.

Sim, falo do meu amor pela disciplina que estudei e exerci profissionalmente até agora. Falo das coisas boas e más que me trouxe, ultimamente mais agri do que doce. É por isso que digo que agora escolho o Amor e isso significa que escolho-me a mim e à vida que quero ter. Recomeço, como se tivesse novamente 20 e poucos anos. Agora, sei o que quero.